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2012 - Livro Vermelho 2013

Paradrypetes ilicifolia Kuhlm. NT

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 09-08-2012

Criterio:

Avaliador: Diogo Marcilio Judice

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

P. ilicifolia possui centro de distribuição em Mata Atlântica dos estados do Espírito Santo e Minas Gerais, apresentando EOO de 45.043 Km². A espécie tem sido coletada com frequência durante a última década, principalmente no estado do Espírito Santo. Além disso, P. ilicifolia ocorre em Unidades de Conservação. No entanto, a Mata Atlântica dos estados de ocorrência da espécie sofreram grandes alterações e hoje representam cerca de 5-7% de sua área original. Deste modo, o espécie pode se encontrar ameaçada em um futuro próximo.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Paradrypetes ilicifolia Kuhlm.;

Família: Rhizophoraceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita em Arq. Inst. Biol. Veg. 2:84. 1935. Nomes populares: "Ameixa", "Folha de Serra" e "Serrinha" (Levin, 1992).

Dados populacionais

Em estudo em um fragmento de mata atlântica semi-decídua em Caratinga, no estado de Minas Gerais, foram amostrados 7 indivíduos em uma área de 3ha (Santos, 2007).

Distribuição

Ocorre nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo (Mansano; Barros, 2012).

Ecologia

Caracteriza-se por árvores de 4-15m de altura (Levin, 1992); perenifolia, com brotação intermitente e dispersão zoocórica (Santos, 2007).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes AZona da Mata Mineira não está em situação diferente das demais regiões do país,sofrendo alto grau de perturbação decorrente de práticas agrícolas inadequadase da expansão demográfica, mineradora e industrial (Marangon, 2003).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes A cobertura vegetal do estado do Espirito Santo,antes praticamente toda recoberta pela Mata Atlântica, tem uma história dedevastação cujos registros remontam aos do início de sua colonização. Adestruição e degradação do habitat é, sem dúvida, a maior causa de perda debiodiversidade no estado. Subsequentes ciclos econômicos, como o da exploraçãoda madeira, da agricultura cafeeira, dos "reflorestamentos"homogêneos (Pinus e Eucaliptus), a incidência de espécies exóticas invasoras e sobre-exploraçãode plantas ornamentais são algumas principais ameaças incidentes sobre a florado estado (Simonelli; Fraga, 2007).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes A Mata Atlântica já perdeu mais de 93% de sua área e menos de 100.000 km² de vegetação remanesce. Algumas áreas de endemismo, como Pernambuco, agora possuem menos de 5% de sua floresta original. Dez porcento da cobertura florestal remanescente foi perdida entre 1989 e 2000 apenas, apesar de investimentos consideráveis em vigilância e proteção. Antes cobrindo áreas enormes, as florestas remanescentes foram reduzidas a vários arquipélagos de fragmentos florestais muito pequenos, bastante separados entre si. As matas do nordeste já estavam em grande parte devastadas (criação de gado e exploração de madeira mandada para a Europa) no século XVI. As causas imediatas da perda de habitat: a sobrexplotação dos recursos florestais por populações humanas (madeira, frutos, lenha, caça) e a exploração da terra para uso humano (pastos, agricultura e silvicultura). Subsídios do governo brasileiro aceleraram a expansão da agricultura e estimularam a superprodução agrícola (açúcar, café e soja). A derrubada de florestas foi especialmente severa nas últimas três décadas; 11.650km2 de florestas foram perdidos nos últimos 15 anos (284 km² por dia). Em adição à incessante perda de hábitat, as matas remanescentes continuam a ser degradadas pela extração de lenha, exploração madeireira ilegal, coleta de plantas e produtos vegetais e invasão por espécies exóticas (Tabarelli et al., 2005).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes P. ilicifolia era citada como comum ou abundante em coleções entre as décadas de 1930-50, porém agora tonou-se bastante rara devido a redução da Mata Atlântica a 5-7% da sua cobertura original (Levin, 1992).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Observações: Espécie considerada Regionalmente Extinta (REX) pela Lista vermelha da flora do Espírito Santo (Simonelli, M. & Fraga, C.N., 2007).

Referências

- SANTOS, F.R.C. Fenologia de espécies arbóreas do dossel e sub-dossel em um fragmento de mata atlântica semi-decídua em Caratinga, Minas Gerais, Brasil. Mestrado. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 2007.

- MANSANO, V.F.; BARROS, L.A.V. Paradrypetes ilicifolia in Paradrypetes (Rhizophoraceae) in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB038637>.

- TABARELLI, M.; PINTO, L.P.; SILVA, J.M.C.; ET AL. Desafios e oportunidades para a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica brasileira., Megadiversidade, p.132-138, 2005.

- MARANGON, L.C.; SOARES, J.J.; FELICIANO, A.L.P. Florística arbórea da Mata da Pedreira, Município de Viçosa, Minas Gerais., Revista Árvore, Viçosa, v.27, p.207-215, 2003.

- LEVIN, G.A. Systematics of Paradrypetes (Euphorbiaceae)., Systematic Botany, v.17, p.74-83, 1992.

Como citar

CNCFlora. Paradrypetes ilicifolia in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Paradrypetes ilicifolia>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 09/08/2012 - 19:07:21